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OS DESAFIOS DA LIDERANÇA CONTEMPORÂNEA
Samuel Costa
É preciso ser contemporâneo. Sempre. Liderança sem contemporaneidade acaba por deixar de ser liderança e se transforma em mera chefia, pois se desatrela, anacronicamente, de seus liderados. O bom líder é sempre contemporâneo, equalizado com a realidade de seu tempo. Para ser um líder cristão é imprescindível ser contemporâneo. Sua contemporaneidade é que dará a ele as prerrogativas para ser ouvido e crido. Caso contrário, tornar-se-á arcaico, esquecido no tempo, tornando-se apenas uma peça do relicário no meio em que está.
Para ser um bom líder cristão é preciso aceitar os desafios da contemporaneidade. Quais seriam? Elenco apenas alguns que creio serem imprescindíveis a um ministério bem sucedido.
As transformações sociais e a alma do ministério
Primeiramente, é preciso acompanhar as transformações de seu século sem perder a alma bíblica do ministério. Não adianta identificar-se com a época, se não houver autoridade na Palavra. Agir assim é agir como a maioria das pessoas. Cabe ao líder cristão ir além. Cabe a ele viver identificado com o seu tempo e manter-se cheio de autoridade no Espírito.
Os desafios que cercam os líderes cristãos do século XXI não são pequenos. É bem verdade que também não eram menores os desafios dos líderes dos séculos passados. Mas o século XXI é diferente. Há algo nele que difere, em muito, dos demais séculos vividos pelas gerações passadas. O século XXI traz o desafio da contemporaneidade em meio à tecnologia.
Os tempos mudaram e com eles as maneiras de pensar e agir. Experimente ver um filme da década de 50 e (se você não for como eu - nostálgico) o achará enfadonho, lento e sonolento. Por quê? Porque fomos forçados a acompanhar as transformações tecnológicas e sociais, o que nos fez mudar por dentro. Hoje somos mais ágeis, mais rápidos no pensar, mais acelerados na realização de nossas tarefas domésticas ou públicas, porque a tecnologização da sociedade nos mudou socialmente. A imensa gama de tecnologia a nosso dispor não apenas nos inseriu num novo mundo, mas também alterou nossa forma de pensar e comportar. Para ser um bom líder é preciso lançar mão de todas as boas transformações do seu tempo, mas manter o coração de pastor.
O bom pastor e líder continua em oração, continua na leitura devocional da Palavra, continua no convívio abençoado com os irmãos, e ainda é contemporâneo com seu tempo e sociedade. Esse é o primeiro desafio: acompanhar as transformações sociais sem perder a alma bíblica do ministério.
A quebra de paradigmas humanos superados
Quando se fala em desafios da liderança contemporânea é preciso ainda considerar que esse líder precisa quebrar paradigmas humanos superados. Jesus quebrou os paradigmas de seu tempo todas as vezes que esses paradigmas roubavam a glória de Deus em detrimento da glória dos homens. A quebra do sábado foi um absurdo para os religiosos da época, mesmo que para curar um enfermo e glorificar a Deus. Jesus quebrou o paradigma do sábado.
O Senhor também quebrou o paradigma do mestre intocável. Os sacerdotes e rabinos não estavam à disposição do povo. Eles eram vistos com certa dificuldade e em momentos especiais, geralmente, nas festas religiosas. Jesus quebra esse paradigma e se torna disponível a todos que quisessem encontrá-lo. Por isso, pode ser visto ensinando de dia e de noite, na cidade, no campo e à beira-mar. Sua palavra é ouvida no templo, na sinagoga e nas casas do povo. Jesus quebra o paradigma do mestre distante, de difícil acesso.
Da mesma maneira, o líder cristão contemporâneo deve quebrar paradigmas quando esses não contribuem mais para a expansão do reino de Deus e Sua glória. Infelizmente, o que se observa em muitos ministérios é a repetição de ações e ritos aparentemente produtivos, contudo inócuos, enfadonhos e áridos.
Líderes cristãos que têm medo de quebrar paradigmas improdutivos acabam produzindo igrejas ritualísticas que reproduzem, domingo após domingo, uma liturgia cansativa e sonolenta, sem muito que celebrar.
Para fazer a igreja trabalhar o líder cristão precisa repensar a estratégia da igreja, sua metodologia, seus paradigmas de trabalho. Caso contrário, a cada final de ano far-se-á uma lista de metas e alvos inalcançáveis, uma vez que a estratégia já se mostrou ineficaz.
Portanto, o líder cristão que busca atingir abençoadamente o seu povo, sua igreja, sua cidade deve acompanhar as transformações do seu tempo sem perder a bênção de ser fiel ao Seu Senhor. E mais: precisa observar quais são os modelos meramente humanos e superados para substituí-los por outros que o próprio Senhor vai mostrar em sua caminhada ministerial. Que seja assim, para a glória do Senhor e edificação de Sua igreja.
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Título do artigo: Os desafios da liderança contemporânea
Autor: Samuel Costa