ARTIGO --> A PATERNIDADE DE DEUS (Oswaldo Luiz Gomes Jacob)

06/08/2020 23:20

 

A Paternidade de Deus é uma verdade que consola, conforta, encoraja e fortalece o nosso coração e a nossa mente. Na suficiente Palavra de Deus, esta verdade é recorrente. Deus é um Pai cujo amor excede infinitamente o amor de mãe. Esta é secundária, mas Deus, nosso Pai, é primário. Precisamos ver algumas características desse Pai, cuja natureza é amor (1 João 4.8). Neste texto, vamos considerar três traços da paternidade de Deus e a nossa resposta como filhos obedientes. 

 

A PATERNIDADE DE DEUS SE CONHECE PELO SEU AMOR.
Há um texto clássico em Isaias 49.15, que diz: "Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda amamenta, a ponto de não se compadecer do filho do seu ventre? Mas ainda que ela se esquecesse, eu não me esquecerei de ti". O amor de Deus é infinitamente maior do que o amor de mãe. O Seu amor cria, salva, santifica e glorifica ao que crê. Ele também corrige com firmeza e zelo (Hb 12.6). O amor do Pai é um amor encorajador, pois "Ele dá força ao cansado e fortalece o que não tem vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços cairão, mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças; subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; andarão e não se fatigarão" (Is 40.29-31).

Na Parábola dos três pródigos (Lc 15.11-32), nós temos um pai de amor, de amor extravagante, incomparável, que perdoa, recebe, se regozija sobremaneira e dá festa pela volta do filho que estava perdido, vivendo na devassidão. O Pai convive com um filho perdido fora de casa e o outro perdido dentro de casa. As três parábolas contadas por Jesus em Lucas 15: Da dracma, da ovelha e do filho perdidos revelam um Pai que procura, que atrai no Seu próprio amor. É o Pai incrível na linguagem de Wayne Jacobsen. Este maravilhoso Pai faz festa, pois há celebração no céu quando um pecador, uma criatura se torna filho (Lc 15.7). A Sua natureza é salvar. Ele é o Autor da salvação. Mas podemos notar claramente que há uma outra característica da Sua paternidade.

 

A PATERNIDADE DE DEUS SE CONHECE PELA SUA VERDADE ABSOLUTA.
O nosso Deus é vivo e verdadeiro. A experiência de Elias diante dos 450 profetas de Baal revela a verdade de Deus em contraposição à mentira do homem (1 Rs 18.20-39). Jesus sempre manifestou a coerência do Pai. Toda a vida de Jesus Cristo foi a verdade do Pai revelada em carne e osso (João 14.6). Ele é a imagem visível do Deus invisível (Cl 1.15). Jesus Cristo cumpriu toda a Escritura. A Sua Revelação é a verdade absoluta. Todo o ministério de Jesus, o Filho, foi fundamentado na coerência do Pai. O Filho é a verdade com o Pai.

Todos os milagres de Jesus foram feitos com base nessa realidade. O Pai revelou no Filho toda a verdade do evangelho que sempre foi um contraponto à mentira e hipocrisia da religião sistemática, preconceituosa e escravizadora, representada pelos religiosos judeus e pelos demais legalistas da História da cristandade. Deus, o Pai, revelou a exatidão de Si mesmo na Pessoa e no ministério do Filho. Podemos testemunhar a verdade absoluta por meio da fé. A verdade nos leva a conhecer outra característica muito importante do nosso Pai.

 

A PATERNIDADE DE DEUS SE CONHECE PELA SUA SANTIDADE.
"Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou Santo"(Lv 19.2). O fundamento da nossa santificação é o caráter santo de Deus, nosso Pai. A santidade é Seu atributo moral. De Gênesis ao Apocalipse temos um Pai santo e devemos ser santos em todo o nosso procedimento (1 Pe 1.16). Esta é a palavra segura de Pedro. Ao receber o chamado profético, Isaías teve a visão da santidade de Deus (Is 6.1-8). Os anjos declararam entre si ou uns aos outros: "Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos" (Is 6.3).

É maravilhoso sabermos que o nosso Pai é Santo. Ele é o nosso modelo de santidade. Devemos sempre olhar para o nosso Pai através do Filho pela revelação das Escrituras. Sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Deus determinou a Josué que o povo se santificasse antes de atravessar o rio Jordão nas suas cheias (Js 3.5). A santificação do povo era a condição essencial. O povo atravessou o rio Jordão nas cheias porque foi obediente à determinação do Pai. Há muitos insucessos em nossa vida espiritual porque vivemos uma vida profana, carnal e centrada em nós mesmos. O nosso Pai não aceita a periferia, mas a centralidade em nossas vidas. Ele deve ser sempre a prioridade. Consideremos um último ponto muito importante.

 

A PATERNIDADE DE DEUS DEVE TER A NOSSA RESPOSTA COMO FILHOS.
O apóstolo Paulo escreve aos irmãos em Filipos, dizendo: "Fazei todas as coisas sem queixas nem discórdias; para que vos torneis filhos de Deus irrepreensíveis, sinceros e íntegros no meio de uma geração corrupta e perversa, na qual resplandeceis como luminares no mundo, retendo a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu tenha motivo de me orgulhar do fato de que não foi em vão que corri ou trabalhei" (2.14-16). Este texto é precioso e revela o nosso privilégio e a nossa responsabilidade como filhos de Deus. Há, então, três características dos filhos obedientes ao Pai.

 

Filhos irrepreensíveis ou inculpáveis (amemptós). "Sem defeito, inculpável. Descreve a postura do cristão no mundo. Ele deve estar acima de qualquer suspeita; ninguém tem do que o acusar".

 

Filhos sinceros (akéraios). "Puros, sem mistura, sem mescla, não adulterados. A palavra é aplicada ao leite que não é misturado com água e, também, à pureza do metal. Descreve o que o cristão deve ser em si mesmo: puro, sem dissimulação, sem segundas intenções. Jesus Cristo e o apóstolo Paulo recomendaram tal atitude (Mt 10.16; Rm 16.19).

 

Filho Inculpáveis (ámonos). Sem mancha, imaculados, sem nódoas, inocentes. A palavra era usada para animais usados para o sacrifício; eles não podiam ter defeito. Esta palavra descreve o que o cristão deve ser diante de Deus. A Bíblia nos diz que foi assim que Jesus Cristo se ofereceu vicariamente por nós (Hb 9.14; 1 Pe 1.19): sem mancha, sem pecado. O Cordeiro de Deus foi imolado por nós (1 Co 5.7), a fim de nos tornar sem mácula, nem ruga, nem impureza alguma (Ef 5.25-28), cumprindo assim, parte do objetivo da nossa eleição eterna (1.4).

 

Concluindo, precisamos confiar no Pai. Teologicamente, nada é mais exato do que dizer que Deus é Fiel e Digno de confiança. Mas aprender a crer nessa confiança em meio às guinadas de nossas vidas é o desafio mais difícil que enfrentamos (Jacobsen, 20.12: 51).
A paternidade de Deus nos traz segurança. Jesus se referia ao Pai com muita ternura: "Eu e o Pai somos um" (João 10.30). 

A paternidade de Deus foi perdida no Éden, mas reconquistada na cruz e na ressurreição pela Pessoa de Jesus Cristo. Os que estão em Cristo são do Pai por direito de criação e por direito de redenção. O nosso Pai é cheio de graça, misericórdia e verdade. Como filhos deste Pai, devemos sempre ser obedientes e, acima de tudo, glorificarmos o Seu santíssimo nome.

 

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Título do artigo: A paternidade de Deus

Autor: Oswaldo Luiz Gomes Jacob