ARTIGO == A DIVINA RENOVAÇÃO ==
A DIVINA RENOVAÇÃO
R. David Jones
Apocalipse 21:1-22. Esse trecho das Escrituras Sagradas deve ser lido em conjunto com estas notas esclarecedoras. Deus nos revela que vai fazer novas todas as coisas: um novo céu, uma nova terra, uma nova Jerusalém, uma nova era, e a eterna residência da esposa do Cordeiro, onde seremos uma nova criação em Jesus Cristo sem mais termos esta velha natureza que tanto se manifesta em nós agora.
O céu e a terra, destruídos pelo fogo (Mateus 24:35, 2 Pedro 3:7,10,13), serão substituídos (deduzimos de Gênesis 1:8 e 2 Pedro 3:5, que é provável que apenas a atmosfera do nosso planeta e a crosta terrestre serão queimados e substituídos. Como não haverá mais mar, segundo este entendimento a crosta possivelmente será mais ou menos nivelada e os rios fluirão para dentro de lagos onde a água se evaporará para reciclagem. Mas é apenas uma hipótese.)
Depois disto, João vê a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu (já este céu é a morada de Deus, eterno, diferente do nosso céu visível que será substituído). A nova Jerusalém é a pátria de todos os santos, atualmente situada no céu, a cidade e o paraíso de Deus, à qual já pertence todo o crente em Cristo, almejada já na antigüidade por gente como Abraão (Gálatas 4:26, Hebreus 11:10,13-16, 12:22-24, Apocalipse 2:7, 3:12).
Assim como é costume dar o nome de uma cidade aos seus cidadãos, os cidadãos da Nova Jerusalém também levam o seu nome, e são referidos como a esposa do Cordeiro. São todos os que foram redimidos por Ele, não só a Sua igreja, mas também os santos do velho testamento, os da tribulação e os do milênio. A Nova Jerusalém é a casa do meu Pai, contendo muitas moradas a respeito da qual o Senhor Jesus falou aos seus discípulos (João 14:2). Ela vai descer do céu para a terra, adornada com muito carinho como uma esposa ataviada para o seu marido.
Uma grande voz saindo do trono declara que este é o tabernáculo de Deus com os homens, uma referência ao templo portátil construído por Moisés e usado pelos israelitas antes da construção do templo. A glória de Deus se revelava ao povo de Israel através do tabernáculo (Êxodo 40:34-38). Com a chegada da Nova Jerusalém Deus habitará entre os homens: a maldição sobre a terra terminará com a destruição das primeiras coisas (Gênesis 3:17), assim como o efeito do pecado sobre a humanidade, pois eles serão o seu povo, assim eliminando a causa de toda lágrima, pranto, clamor, ou dor, assim como a morte.
O Senhor Jesus é Quem está assentado sobre o trono (Apocalipse 20:11) e declara que Ele faz novas todas as coisas (2 Coríntios 5:17), e manda João escrever tudo isso porque todas essas palavras são verdadeiras e fiéis: assim Ele nos confirma a realidade desta profecia, que deve, portanto, ser tomada literalmente. O Senhor em seguida manda uma mensagem que é para o nosso tempo, como o foi para o tempo de João: Ele, que é o princípio e o fim (o Pai da eternidade, Isaías 9:6), já completou tudo o que veio fazer; Ele dá a vida eterna gratuitamente para todo aquele que a busca, e quem vencer herdará todas as coisas, e o Senhor Jesus será o seu Deus, e ele será o Seu filho.
A expressão "quem vencer", ou "vencedor", "vencedores" aparece apenas duas outras vezes na Bíblia:
1. "… em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou" (Romanos 8:37). Aqui Paulo está se referindo a tudo o que ele menciona a partir do início deste capítulo, que começa com a declaração: "nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito". Se ninguém será contra nós, e Deus nos dará também com Cristo todas as coisas, justificando-nos, tendo a Cristo mesmo como nosso intercessor, de cujo amor nada pode nos separar, como não haveremos de vencer?
2. "A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome" (Apocalipse 3:12). O Senhor Jesus mandou esta mensagem para a igreja pequena, mas fiel, de Filadélfia, anunciando que o vencedor será cidadão da Nova Jerusalém. Mas aqueles que permanecerem em seu pecado vão receber a sua parte na segunda morte, o lago de fogo e enxofre. Os "tímidos", covardes, não são aqueles crentes que são fracos na fé ou que às vezes ficam em dúvida, mas sim, as pessoas que ouvem e compreendem o Evangelho de Cristo mas não têm coragem de se converter a Deus e lhe voltam as costas. Porque não têm a coragem suficiente para se colocar ao lado de Cristo, nem aceitam se humilhar para aceitar a Sua autoridade sobre as suas vidas, eles aparecem na lista junto com os incrédulos, os abomináveis, os homicidas, os que praticam a imoralidade sexual, os feiticeiros, os idólatras e todos os mentirosos.
Voltando à Nova Jerusalém, temos aqui detalhes desta magnífica cidade, como foi mostrada em visão do cume de um grande e alto monte para João por um dos anjos das sete taças (Apocalipse 15:1, 17:1), à medida que de Deus descia do céu. Tudo indica que é literalmente uma cidade, pois:
Era costume no oriente médio, quando um rei entrava na capital do seu país para tomar posse do seu reino, ou um príncipe subia ao trono, dizer que ele estava casando-se com a cidade (Isaías 62:4). Ele estava sendo unido de forma íntima e permanente com o trono, a cidade e a nação. Assim a cidade chamada Nova Jerusalém será casada com o Cordeiro.
Os detalhes da cidade, descritos minuciosamente, não são aspectos morais ou espirituais, mas físicos: ouro, pedras preciosas, pérolas, medidas exatas.
Na antigüidade, a morada de Deus entre os homens sempre tomou forma material, um tabernáculo, depois um templo, antecipando a morada eterna: uma cidade.
A cidade está definida como algo separado dos seus habitantes e aqueles que nela entram, inscritos no livro da vida do Cordeiro.
A declaração que a cidade não tem templo só pode ser compreendida num sentido material, físico.
A distinção entre os santos e a cidade é bem clara nas passagens bíblicas que dizem como Abraão esperava uma cidade (Hebreus 11:10), como Deus prepara uma cidade para aqueles que morrem na fé sem verem cumpridas as Suas promessas (Hebreus 11:13-16).
Em Hebreus 12:22 a cidade Jerusalém celestial está separada dos seus habitantes: os anjos, a igreja, os espíritos dos homens justos aperfeiçoados.
A cidade mede dois mil e duzentos quilômetros de comprimento, e igual largura e altura. Logo nos vem à mente um cubo, e lembramos do Santo dos Santos, um recinto em forma de cubo com 4,5 metros de lado que ficava no tabernáculo, contendo a arca do Testemunho e o propiciatório, onde a glória de Deus se revelava ao povo. No templo construído por Salomão esse recinto, também um cubo, media 10 metros de lado.
A cidade é cercada por um muro de sessenta e cinco metros de espessura. Este muro relacionado com Israel, pois cada uma das doze pérolas que são as portas tem o nome de uma das suas doze tribos, e também com a igreja de Cristo, pois cada um dos seus doze alicerces, ornamentados com pedras preciosas reluzentes, tem o nome de um apóstolo. As pedras preciosas que revestem os alicerces formam um magnífico conjunto harmonioso, de imensa beleza, em cores do arco íris com diversas tonalidades e brilho: Diamante brilhante (jaspe); Azul celeste (safira); verde claro (calcedônia); verde escuro (esmeralda); vermelho claro (sardônio); vermelho escuro (sárdio); ouro esverdeado (crisólito); verde (berilo); ouro amarelado (topázio); verde marinho ((crisópraso); violeta (jacinto); púrpura (ametista).
R. David Jones
fonte: https://www.irmaos.com/senda/?id=122